Comprar seguidores parece tentador porque dá a sensação de que pode melhorar rapidamente os números do seu perfil. Afinal, somadas, as redes sociais contam com mais de um bilhão de usuários. E o Brasil aparece na lista dos países com mais adeptos.
Acontece que a compra de seguidores é uma péssima ideia. Mesmo que existam diversos serviços e de todos os preços — por R$ 12 já é possível “aumentar o número de seguidores” —, o consenso de quem lida com as redes sociais é de que a prática é uma antipropaganda. Instagram, YouTube, Facebook, Pinterest: independentemente das plataformas que você use, o sistema por trás delas mantém um monitoramento para comportamentos considerados suspeitos.
O aumento súbito de seguidores pode estar infringindo uma ou mais regras dos termos de uso dessas redes sociais. O fato é que, quando as plataformas deletam perfis, elas não costumam explicar o porquê. Em julho de 2019, por exemplo, perfis com até 13 milhões de seguidores foram eliminados sumariamente. Sites especializados em mídias sociais, como o Fstoppers, especularam possíveis critérios usados pela rede social para deletar infratores. Isto indica que não há clareza sobre qual pode ser a razão pela qual um perfil é apagado. Eventualmente, a compra de seguidores pode se enquadrar nos critérios de exclusão. Nunca se sabe. Pelo sim, pelo não, é melhor não arriscar.
Se contas serão excluídas ou não por comprar seguidores fake, é uma incógnita. Por outro lado uma certeza existe: usuários falsos, estes sim, são frequentemente excluídos das redes sociais. Em fevereiro de 2019, por exemplo, o Instagram, fez uma faxina nos seguidores detectados como sendo falsos, conforme contou o Honcho Research.
Não é preciso ser expert em redes sociais para concluir o que aconteceu com quem havia comprado seguidores falsos naquela ocasião. O número de seguidores despencou literalmente da noite para o dia, provocando o efeito sanfona. Por exemplo, se uma pessoa tinha 10 mil seguidores dos quais 30% haviam sido inflados pela compra de usuários, um belo dia ela acordou e viu seu número de followers despencar para 7 mil.
Além de vexaminoso, é inútil
Mesmo quando ativos, seguidores fake não têm utilidade nem valor. Eles não comentam, não interagem, não recomendam e não compram por uma razão um tanto óbvia: são pessoas que não existem. O problema não para por aí. As pessoas sabem que você tem seguidores falsos. Isso está mais do que manjado. Uma maneira fácil de perceber que determinada conta compra seguidores nas redes sociais é analisar o engajamento de publicações baixo.
Digamos que um influenciador digital tenha 100 mil seguidores no Instagram, mas as suas publicações têm, em média, menos de 100 curtidas e nenhum ou poucos comentários. O que isso mostra? Duas possibilidades. Ou que essa pessoa tem seguidores reais, mas não trabalha efetivamente suas estratégias de marketing. Ou que ela comprou seguidores e essas contas não engajam com as suas publicações.
Um usuário que realmente tem engajamento normalmente vai conseguir curtidas e comentários compatíveis com o número de seguidores não em uma postagem, mas no conjunto delas. Isso pode ser observado com ferramentas, sim, mas também de maneira informal. Observe, por exemplo, o perfil do jornalista esportivo Everaldo Marques, que recentemente trocou a ESPN pelo SporTV. Na postagem abaixo no Instagram, ele, que no dia da publicação contava com 296 mil seguidores, obteve 71,6 mil curtidas e 2.923 comentários. Até pelo teor das mensagens, fica evidente que não são usuários falsos.
https://www.instagram.com/p/B8ZFWSGJbrb/?utm_source=ig_embed&utm_campaign=loading
Antes de pensar em comprar usuários falsos, faça uma reflexão: de que adianta um número elevado, se ele não se converte em resultados? Quando investidores em potencial analisarem esses dados, podem avaliar que esse influenciador não tem seguidores reais, e vai recuar com a negociação que vinha em andamento. É só pensar como você reagiria se uma empresa que você tem o costume de consumidor os produtos ou serviços minta para os consumidores. Ela perde, ou não, a credibilidade para você?
fonte: DINO